quinta-feira, 28 de novembro de 2019

21

A ideia sempre foi ser feliz Quando guri eu me imaginava jogador de futebol famoso,pois minha vida bastava quando eu estava a jogar.A criatividade esteve e ainda está por perto,pois me imaginei sendo feliz de tantas outras formas...escritor,pesquisador,compositor,agricultor,escultor,cozinheiro,construtor,artesão.Artesão!! O artesão se apresenta ao ofício;14 invernos em mil 998. Época de poucos sonhos e pouca felicidade.No tempo certo eu me reconheci e sou grato por isso desde então. No tempo certo o trabalho se desenvolve e amadurece minhas ideias sobre o que ainda não entendo,e torna formal o que não sei expressar com palavras. A profissão que me foi entregue pelo tempo tem uma beleza e uma força naturais.Concentra em si mesma todas as profissões onde eu imaginei poder encontrar a felicidade.Ser feliz em doses homeopáticas;sou todos e sou um só.Eu fui jogador de futebol,não famoso,mas fui feliz sendo assim... Vinte e um anos depois meu material de trabalho é a ideia do olhar sobre as formas,e junto a isso,como em um jogo de baralho,eu uso as cartas de descarte pra montar o meu castelo.Só foi preciso equilibrar as coisas,entender o valor que essas "coisas"têm pra mim.Vinte e um anos depois eu ainda me formo artesão. Piraju,23 de agosto de mil 998.

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

23 de agosto de 2mil e13


Quinze anos depois eu continuo a trilhar meu caminho,tendo meu trabalho como essência do que sou como pessoa

domingo, 11 de abril de 2010

Zé Maria

O INTERESSE PELO ENTRELAÇO FOI DESPERTADO EM MIM PELA HABILIDADE E SABEDORIA DE UM EXÍMIO ARTESÃO CHAMADO ZÉ MARIA.
TRAJAVA UMA CAMISETA JÁ BEM GASTA,BERMUDA JEANS E CHINELOS,ALÉM DA BOLSA DE COURO CHEIA DE FERRAMENTAS.
NESSE DIA EU CORTAVA GRAMA EM UMA CHÁCARA.AO TERMINAR AVISTEI TAL FIGURA COM UMA SERRA CORTANDO BAMBÚS.ME APROXIMEI,CURIOSO;ELE CONTINUOU ATENTO NO SEU TRABALHO.
NO FIM DA TARDE ELE TERMINARA O TERCEIRO CESTO.
UM DOS CESTOS FOI DADO AO DONO DA CHÁCARA,OS OUTROS DOIS FORAM AMARRADOS NUMA VARA DE BAMBU,UM EM CADA EXTREMIDADE.
...JUNTOU AS FERRAMENTAS,PENDUROU A BOLSA DE COURO NO OMBRO ESQUERDO, OS CESTOS NO OMBRO DIREITO.
CAMINHAMOS LADO A LADO ATÉ QUE ELE SE FOI.CURIOSAMENTE NÃO TROCAMOS UMA PALAVRA SEQUER;E NUNCA MAIS NOS VIMOS...

A LIÇÃO ENSINADA EM SILÊNCIO PELO PROFESSOR ZÉ MARIA ME ESTIMULA A CONTINUAR COM MEU TRABALHO,

QUEM SABE UM DIA EU APRENDA A SILENCIAR

domingo, 5 de outubro de 2008

10anos

...uma década é muito e pouco tempo,
ao contar pelo que eu ainda preciso aprender
no trabalho que eu realizo consta não o que eu sei
...consta o que eu sou
23deagostode2mile8

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

23 de agosto de mil998



Poucas pessoas sabem que profissão seguir aos 14 anos.Eu também não sabia.Aconteceu por acaso,quando me chamou atenção as mãos hábeis de um artista que me ensinou,sem pronunciar palavras,a ter o devido respeito comigo mesmo,com a natureza,e com o ofício a que se pretende.Muito mais importante do que se tivesse me ensinado simplesmente a técnica.Trata-se da técnica do trançado.Utilizar papel-jornal como matéria-prima,foi uma opção alternativa,mas não pelo fato de ser ecologicamente correta.A primeira idéia foi de ordem prática.Em 98 não se falava em ecologia tanto quanto atualmente.Mas foi aí que eu comecei a fazer minha parte.Durante esse tempo,conheci um pouco do artesanato indígena através de livros,e desde então me permito reproduzir seus grafismos,associando à sua significação simbólica,a idéia da reutilização do papel,e a não menos expressiva idéia da reciclagem das notícias de jornal.Nesse trabalho,suprimir tais palavras é dar-lhes um novo significado.